Aimee Mullins um exemplo de mulher vencedora, que sabe que nossas verdadeiras limitações estam na mente.
Ele uma uma atleta, atriz, ativista entre outras coisas. Elas mostra ao mundo que um pessoa de sucesso não precisa ter as condições perfeitas para isso, mas sim atitude certa.
Explorando o Potencial Humano: Discurso sobre Identidade e Tecnologia
Em um discurso cativante sobre o potencial humano, discute-se como um membro protético não é mais apenas a substituição de uma perda, mas sim um símbolo do poder do usuário para criar sua própria realidade. Este elemento protético torna-se uma expressão de autonomia, permitindo que aqueles que a sociedade considerava deficientes se tornem os arquitetos de suas próprias identidades.
A combinação de tecnologias de ponta, como robótica e biônica, com a antiga poesia abre caminho para uma compreensão mais profunda de nossa humanidade coletiva. Este casamento de inovação técnica e expressão artística destaca que a verdadeira beleza reside na celebração tanto dos pontos fortes quanto das deficiências que todos compartilhamos.
Recorrendo a uma passagem de Shakespeare, o discurso ressalta a essência da humanidade: "Se nos espetardes, não sangramos? Se nos fizerdes cócegas, não rimos?" A reflexão sobre nossa humanidade e seu potencial intrínseco é apresentada como a chave para a verdadeira beleza.
O discurso encerra com uma provocação para celebrarmos não apenas as conquistas, mas também as vulnerabilidades, reconhecendo que é a totalidade de nossa experiência humana que nos torna verdadeiramente belos.
Em síntese, a fusão entre tecnologia de ponta e expressão poética nos guia na jornada para compreender e celebrar o potencial ilimitado dentro de cada um de nós, proporcionando uma visão inspiradora sobre a beleza da humanidade.
Veja vídeo de Aimee Mullins no TED.
Transcrição do vídeo de Aimee Mullins
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Eu falava com cerca de 300 crianças entre seis e oito anos, num
museu para crianças, e trouxe comigo uma mala cheia de pernas, parecidas com as
que estão aqui, e as coloquei numa mesa, para as crianças. Por experiência
própria, sei que crianças são naturalmente curiosas sobre o que elas não sabem,
ou não compreendem, ou pelo que é estranho a elas. Elas só aprendem a ter medo
dessas diferenças quando um adulto as influencia a ser assim, e talvez censure
essa curiosidade e controle as perguntas esperando que elas sejam criancinhas
comportadas. Imaginei um professor de primeira série no lobby, com algumas
crianças baderneiras, dizendo: "O que quer que façam, não fiquem olhando
para as pernas dela."
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Mas, é claro, esse era o objetivo. Eu estava lá para que elas
olhassem e explorassem. Então, combinei com os adultos que as crianças poderiam
entrar sozinhas, sem adultos, por dois minutos. Abrem-se as portas, as crianças
avançam sobre a mesa com as pernas e elas as tocam, pegam, dobram os dedos,
põem todo o seu peso sobre a perna de corrida para ver o que acontece. E eu
disse: "Crianças, rápido: Eu acordei hoje e decidi que quero poder saltar
sobre uma casa. Nada muito grande, só dois ou três andares. Se vocês pudessem
pensar em um animal, ou super-herói, ou desenho animado, qualquer coisa que
vocês possam imaginar agora, que tipo de pernas vocês fariam para mim?"
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Imediatamente, alguém gritou "canguru!" "Não,
não! Deveria ser um sapo!" "Não. Deveria ser o Inspetor
Bugiganga!" "Não, não! Deveria ser Os Incríveis." E outras
coisas que eu não conheço. Então, um de oito anos perguntou: "Ei, por que
você não gostaria de voar, também?" E todos, inclusive eu, fizemos
"É..." (Risos) E, de repente, eu deixei de ser uma mulher que as
crianças teriam sido treinadas para ver como "deficiente" e passei a
ter um potencial que seus corpos não tinham. Alguém que poderia ser
supercapacitada. Interessante.
2:16
Alguns de vocês me viram no TED, há 11 anos. Muito se fala sobre
como esta conferência muda a vida de palestrantes e conferencistas. Não sou
exceção. O TED foi o lançamento da próxima década da exploração de minha vida.
Na época, as pernas que apresentei eram uma revolução em protética. Eu tinha
pernas de corrida em fibra de carbono trançada, modeladas como as patas
traseiras de um guepardo, que vocês devem ter visto no palco ontem. Também
tinha pernas bem realistas, feitas de silicone pintado.
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Naquele dia, tive a oportunidade de chamar inovadores fora do
campo da protética médica tradicional para que trouxessem seu talento para a
ciência e a arte de fazer pernas. Para que parássemos de compartimentalizar
forma, função e estética e atribuíssemos a elas valores diferentes. Bem, para
minha sorte, muitos atenderam a meu chamado. E a jornada começou com uma
conferencista do TED: Chee Pearlman, que, espero, esteja na plateia hoje. Ela
era a editora de uma revista chamada ID, e ela me deu uma reportagem de capa.
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Isto começou uma incrível jornada. Encontros curiosos aconteciam
comigo naquela época. Eu vinha aceitando vários convites para falar sobre o
design das pernas de guepardo pelo mundo. Gente vinha falar comigo depois da
conferência, homens e mulheres, e a conversa era algo como... "Sabe,
Aimee, você é muito bonita. Você não parece deficiente." (Risos)
Eu pensava: "Incrível, porque não me sinto
deficiente." Isto abriu meus olhos para essa conversa que podia ser
explorada, sobre beleza. Como uma mulher bonita tem que parecer? O que é um
corpo sexy? E, de forma interessante, uma questão de identidade: o que
significa ter uma deficiência? Gente, a Pamela Anderson tem mais protético no
corpo que eu. Ninguém a chama de deficiente. (Risos)
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Então essa revista, por meio do designer gráfico Peter Saville,
chamou o designer de moda Alexander McQueen, e o fotógrafo Nick Knight, que
também se interessavam pela conversa. Três meses depois do TED, encontrei-me
num avião rumo a Londres, para meu primeiro ensaio de moda, que resultou nesta
capa: "Mod-eficiente?" Três meses depois, fiz meu primeiro desfile de
moda para Alexander McQueen com um par de pernas talhadas a mão feitas em
madeira sólida de cinzas.
Ninguém percebeu. Todos pensaram que eram botas de madeira.
Inclusive, tenho elas comigo no palco: Videiras, magnólias, realmente
assombrosas. A poesia é importante. A poesia é o que eleva o objeto banal e
negligenciado a um reino de arte. Ela pode transformar aquilo que amedrontaria
as pessoas em algo que as convide a olhar, e olhar um pouco mais, e talvez até
entender.
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Aprendi isso em primeira mão com minha próxima aventura. O
artista Matthew Barney, em sua obra fílmica "The Cremaster Cycle."
Foi quando eu realmente me dei conta que minhas pernas poderiam ser esculturas
usáveis. A partir daí, passei a me afastar da necessidade de replicar a
humanidade como o único ideal estético. Então, fizemos o que chamam
carinhosamente de pernas de cristal, ainda que sejam, na verdade, de
poliuretano translúcido, material de bolas de boliche. Pesado! Depois fizemos
estas pernas com terra, com raízes de batata crescendo nelas, beterrabas em
cima, e com um adorável dedo de bronze. Este é um bom close. Depois, outra
personagem: meio-mulher, meio-guepardo. Uma homenagem à minha vida de atleta.
14 horas de maquiagem protética para tornar-me uma criatura com patas
articuladas, garras e uma cauda que balançava, como uma lagartixa. (Risos)
E ainda outro par de pernas no qual colaboramos foram estas...
pernas que parecem águas-vivas. Também poliuretano. E o único propósito destas
pernas, fora do contexto do filme, é provocar os sentidos e atiçar a
imaginação. Caprichos são importantes.
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Hoje, tenho mais de uma dúzia de pares de pernas protéticas que
várias pessoas fizeram para mim, e com elas tenho diferentes negociações com o
terreno sob meus pés. E eu posso mudar de altura. Vario entre cinco diferentes
alturas. (Risos) Hoje, eu tenho 1,85m. Fizeram estas pernas para mim há pouco
mais de um ano no Dorset Orthopaedic, na Inglaterra. Quando as levei para casa,
em Manhattan, na primeira noite em que saí, fui a uma festa muito elegante. Uma
garota estava lá, e ela me conhece há anos... com minha altura normal de 1,73m.
Ela ficou boquiaberta quando me viu, e disse: "Mas você está tão
alta!" E eu disse: "Eu sei, não é divertido?" Quero dizer, é
como usar saltos sobre saltos, mas tenho uma relação totalmente nova com os
marcos das portas que eu nunca imaginei que teria. E eu estava me divertindo
com isso. Ela olhou para mim e disse: "Mas, Aimee, isso não é justo."
(Risos) (Aplausos) E o incrível é que ela realmente falou sério. Não é justo
que você possa mudar de altura, como queira.
8:04
Foi aí que eu soube. Foi quando eu soube que a conversa com a
sociedade mudou profundamente na última década. Não é mais um discurso sobre
superar a deficiência. É um discurso sobre acréscimo. É um discurso sobre
potencial. Um membro protético não representa mais a necessidade de substituir
a perda. Ele pode ser o símbolo de que o usuário tem o poder de criar o que
quer que seja naquele espaço. De modo que pessoas que a sociedade uma vez
considerou deficientes agora podem ser os arquitetos de suas próprias
identidades e, de fato, continuar a mudar essas identidades ao desenhar seus
corpos desde uma posição de poder. E o que me entusiasma tanto agora é que, ao
combinarmos tecnologia de ponta — robótica, biônica — com a antiga poesia, nos
aproximamos da compreensão de nossa humanidade coletiva. Penso que, se
quisermos descobrir todo o potencial de nossa humanidade, temos que celebrar os
dilacerantes pontos fortes e as gloriosas deficiências que todos nós temos.
Penso em Shylock, de Shakespeare: "Se nos espetardes, não sangramos? Se
nos fizerdes cócegas, não rimos?" É a nossa humanidade, e todo o potencial
dentro dela, que nos torna belos. Obrigada. (Aplausos)ão é divertido?" Quero
dizer, é como usar saltos sobre saltos, mas tenho uma relação totalmente
nova com os marcos das portas que eu nunca imaginei que teria. E eu
estava me divertindo com isso. Ela olhou para mim e disse: "Mas,
Aimee, isso não é justo." (Risos) (Aplausos) E o incrível é
que ela realmente falou sério. Não é justo que você possa mudar de altura, como
queira.
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Foi aí que eu soube. Foi quando eu soube que a conversa com
a sociedade mudou profundamente na última década. Não é mais um
discurso sobre superar a deficiência. É um discurso sobre acréscimo. É
um discurso sobre potencial. Um membro protético não representa mais a
necessidade de substituir a perda. Ele pode ser o símbolo de que o usuário tem
o poder de criar o que quer que seja naquele espaço. De modo que
pessoas que a sociedade uma vez considerou deficientes agora podem ser os
arquitetos de suas próprias identidades e, de fato, continuar a mudar
essas identidades ao desenhar seus corpos desde uma posição de poder. E
o que me entusiasma tanto agora é que, ao combinarmos tecnologia de ponta
— robótica, biônica — com a antiga poesia, nos aproximamos da
compreensão de nossa humanidade coletiva. Penso que, se quisermos
descobrir todo o potencial de nossa humanidade, temos que celebrar os
dilacerantes pontos fortes e as gloriosas deficiências que todos nós
temos. Penso em Shylock, de Shakespeare: "Se nos espetardes, não
sangramos? Se nos fizerdes cócegas, não rimos?" É a nossa
humanidade, e todo o potencial dentro dela, que nos torna belos. Obrigada. (Aplausos)
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